Cientistas propõem nova técnica para conservação de órgãos a serem transplantados


O transplante de órgãos é limitado pela disponibilidade de órgãos doadores viáveis. Embora o armazenamento adequado possa prolongar o tempo entre a colheita do órgão e o transplante, o atual padrão para reaquecimento pode levar a rachaduras e cristalização. Mas isso está prestes a mudar. Uma nova técnica proposta por cientistas americanos promete melhorar a utilização de órgãos doados ao permitir conservá-los em temperaturas muito baixas. Os resultados do estudo estão disponíveis no Portal de Periódicos da CAPES, na revista científica Science Translational Medicine.

Os pesquisadores encontraram uma forma de reaquecer tecidos e órgãos tão rápido e uniformemente quanto é possível congelá-los, acrescentando e distribuindo de forma homogênea nanopartículas de óxido de ferro na solução usada para a vitrificação. Agitados por ondas eletromagnéticas, os pequenos pedaços de metal podem elevar a temperatura das amostras biológicas de forma generalizada a uma taxa superior a 130 graus Celsius por minuto no processo de descongelamento, fazendo a água pular a fase de cristalização e evitando danos.
Esquema que ilustra vitrificação de tecido, aquecimento convectivo e aquecimento nano (Imagem: Science Translational Medicine)


Segundo o artigo científico, com as nanopartículas de óxido de ferro o ritmo de aquecimento das amostras ficou de dez a cem vezes mais rápido do que era possível com métodos convencionais de convecção, em que o calor é distribuído pelo movimento circulatório de áreas quentes e frias. Embora ainda sejam necessárias melhorias para aumentar ainda mais a escala de descongelamento bem-sucedido, a ponto de poder usá-lo com órgãos humanos, os pesquisadores estão otimistas. 

Eles já planejam experimentos com órgãos de roedores, como ratos e coelhos, para depois começar as experiências com órgãos de porcos. Só então, depois dos resultados dessas etapas, a pesquisa vai chegar a órgãos humanos. Os cientistas destacam que a tecnologia também pode ser usada além da criogenia, como, por exemplo, na geração de pulsos de calor extremos direcionados que matem células de tumores cancerosos dentro do organismo.

A pesquisa “Improved tissue cryopreservation using inductive heating of magnetic nanoparticles” está disponível em texto completo para os usuários do Portal de Periódicos. Para acessá-la, é preciso inserir o título do artigo no campo Buscar assunto, ou o nome da revista científica Science Translational Medicine na opção Buscar periódico.

A Science Translational Medicine publica artigos de pesquisa originais, revisados por pares e com base científica, que relatam avanços bem-sucedidos em direção ao objetivo de melhorar a vida de pacientes. A publicação segue o mesmo padrão de qualidade estabelecido pela Science, o que é garantido pelos editores e por um grupo consultivo internacional de cientistas. 

O título inclui: estudos investigativos da biologia humana com ênfase na doença, incluindo pequenos ensaios clínicos; pesquisa sobre modelos de doenças humanas com implicações significativas para o tratamento; comentários sobre política, financiamento, educação e questões regulatórias na medicina translacional; levantamentos de recentes resultados de outras publicações; e edições especiais com revisões e análises detalhadas de tópicos atuais na medicina translacional.

Com informações do jornal O Globo
Alice Oliveira dos Santos

Fonte: Portal CAPES.

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