Tratamento com vacina é opção para pacientes com rinite alérgica



A relevância da rinite alérgica é inquestionável. Essa condição afeta a qualidade de vida das pessoas e sua incidência aumentou consideravelmente nos últimos anos. Um estudo conduzido por cientistas da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ) analisou a eficácia da imunoterapia injetável (aplicação de vacinas) para aliviar os sintomas apresentados por pacientes com esse tipo de problema.

Intitulado “Subcutaneous Immunotherapy Improves the Symptomatology of Allergic Rhinitis”, o artigo científico conta com a autoria dos pesquisadores Edmir Américo Lourenço, Eduardo José Caldeira, César Alexandre Fabrega Carvalho, Marcelo Rodrigues Cunha, Marcus Vinícius Henriques Carvalho e Saulo Duarte Passos. O trabalho pode ser acessado pelos usuários do Portal de Periódicos da Capes, na revista científica International Archives of Otorhinolaryngology.

A população estudada foi de 281 pessoas, dos sexos feminino e masculino, entre três e 69 anos – além de rinite alérgica, alguns sofriam de asma. No primeiro momento, os pacientes foram submetidos a um teste de pele que identifica a quais componentes o indivíduo é sensível. Foram testados ácaros, fungos, pelos de animais, pólen e penas. A partir dos laudos, foi elaborada uma vacina para cada paciente, tornando o tratamento personalizado, baseado em alérgenos específicos. “A ideia é dessensibilizar o paciente até ele ficar sem sintomas”, explica Edmir Américo Lourenço, um dos autores. 

Durante 14 meses, os voluntários receberam mais de 30 aplicações da vacina, aumentando a cada dose a concentração dos alérgenos. Eles eram monitorados até 30 minutos após a picada, para que possíveis reações fossem controladas. Logo após as primeiras sessões, os pacientes relataram estar com o nariz desobstruído – um enorme ganho para quem sempre se via com a respiração travada. 

A imunoterapia que combate a rinite alérgica não é uma técnica nova. Pelo contrário: trata-se de um método centenário. Em 1911, o cientista inglês Leonard Noon publicou o primeiro artigo defendendo a eficácia das vacinas terapêuticas contra essa condição crônica – hoje, ela afeta quase um terço da população. 

Várias pesquisas fortaleceram as evidências de que expor o organismo a doses de alergênicos é uma maneira eficiente de ensinar as próprias defesas a tolerá-los melhor. No final da década de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a reconhecer a imunoterapia como único procedimento médico capaz de alterar o curso de uma doença alérgica. 

Os resultados completos do estudo “Subcutaneous Immunotherapy Improves the Symptomatology of Allergic Rhinitis” podem ser acessados pela opção Buscar periódico do Portal, inserindo o título International Archives of Otorhinolaryngology. Trata-se de uma revista científica internacional especializada em distúrbios de orelha, nariz, boca, faringe, laringe, região cervical, sistema de vias aéreas superiores, audiologia e distúrbios de comunicação. Publicado trimestralmente, o periódico cobre todo o espectro da otorrinolaringologia – desde a prevenção até o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação.



Com informações do site Saúde é Vital
Alice Oliveira dos Santos

Fonte: Portal CAPES

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atlas Virtual de Anatomia Humana

Brasil aprova uso de botox para tratamento de enxaqueca

Protocolos básicos de segurança do paciente nortearão atendimento hospitalar