Estudo internacional aponta necessidades de investimentos para combate ao câncer de mama


Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o cancêr de mama

é o tumor mais comum entre mulheres e o mais letal na faixa dos 35 aos 54 anos




          Quanto maior o orçamento em saúde, maior chance de cura de pacientes com câncer de mama, de acordo com trabalho recentemente apresentando no 2013 European Cancer Congress (ECC2013), em Amsterdam na Holanda. Os resultados também descreveram disparidades entre os valores alocados para saúde entre países e mostraram a existência de uma forte correlação entre estes valores e a chances de sobreviver ao câncer. No Brasil, o investimento em saúde é de US$ 107,00 por pessoa, enquanto a média mundial é de US$ 549,00.

        Um dos autores do estudo, o oncologista Evandro Azambuja, que trabalha no Breast European Adjuvant Studies Team (BrEAST), na Bélgica, comenta que investimento em saúde foi fortemente correlacionado com desfechos clínicos melhores. Os pesquisadores observaram que, apesar de grande esforço de uniformizar condutas nos países, existe importante disparidade entre os países do oeste e leste europeu.

       Os dados de investimento em saúde, incidência e mortalidade do câncer de mama foram obtidos da Organização Mundial da Saúde, Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial. Foram estimadas as taxas de mortalidade de câncer e correlacionados com PIB (Produto Interno Bruto) e percentagem de investimento per capita em saúde.

       Em países com gastos inferiores a US$ 2.000 per capita, como Romênia, Polônia e Hungria, aproximadamente 60% dos pacientes faleciam após diagnóstico do câncer. Em países com investimentos entre US$ 2.500 e US$ 3.500, como Espanha e Portugal, as taxas eram de 40 a 50% e em países com gastos de US$ 4.000 ou mais, como França, Reino Unido e Alemanha, as taxas eram menores de 40%.

      Os autores focaram em câncer de mama, doença na qual a triagem com mamografia traz forte impacto nas taxas de sucesso. A correlação entre incidência (casos novos) e mortalidade também forma exploradas, uma vez que assinalam sucesso das políticas de detecção precoce.

      A oncologista Stephen Stefani, do Instituto do Câncer Mãe de Deus, de Porto Alegre, chama a atenção que os dados brasileiros devem ser avaliados com o cuidado de separar a medicina pública da medicina suplementar. O Brasil gasta em torno de 9,6% do PIB em saúde, porém 50% dos valores são contabilizados pelo SUS (80% da população) e os outros 50% com sistema suplementar (20% da população).

     Segundo Stefani, essa distribuição acaba criando uma iniquidade importante. Mesmo que tenhamos aumentado nosso gasto com saúde de US$ 107,00 per capita para US$ 466,00 na última década, ainda estamos longe dos US$ 549,00 da média mundial. A diferença com os países ricos é nítida: gasto per capita nos EUA é US$ 3,7 mil, Holanda US$ 4,8 mi e Noruega US$ 6,8 mil. A Romênia, menor valor na Europa, é de US$ 898,00.

     A cada ano mais de 50 mil brasileiras recebem a notícia que estão com a doença. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), este é o tumor mais comum entre mulheres e o mais letal na faixa dos 35 aos 54 anos a taxa de mortalidade estimada no Brasil é acima de 60%, - taxa que poderia cair muito com investimentos pertinentes, sehundo a oncologista.   
   
       O estudo também foi publicado simultaneamente na revista Annals of Oncology.

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FONTE: Bem-Estar, 9/10/2013

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