Cirurgia robótica em ginecologia



Método é menos invasivo que a laparoscopia

Tendência em cirurgias minimamente invasivas, a cirurgia robótica é promessa para quem sofre de doenças ginecológicas como a endometriose, o câncer cervical e os miomas em quadro avançado e que não teria um bom resultado com a laparoscopia comum. Nesse tipo de intervenção, médicos usam robôs como mãos e braços para obterem maior precisão nas operações. Desde o mês de maio, cirurgias com esta tecnologia entraram para o protocolo de dois hospitais em São Paulo, ampliando as opções de tratamento ginecológico para as mulheres.

– O robô é uma forma mais avançada da laparoscopia, cirurgia feita por um instrumento chamado laparosópio através de uma incisão no umbigo. Este método permite que o médico visualize o que está sendo operado em três dimensões, e não em duas como na tradicional. Os braços do robô, que são comandados pelo cirurgião através do computador, são flexíveis e podem fazer os mesmos movimentos que um pulso humano. Mas o cirurgião continua sendo essencial, já que é ele quem vai comandar todos os movimentos do robô. O médico precisa ser extremamente capacitado para poder operar o aparelho e monitorar o estado de saúde do paciente – avalia o cirurgião Arnold Advincula, da Universidade de Michigan, que veio ao Brasil especialmente para treinar os médicos brasileiros.

O médico americano afirma que as cirurgias robóticas vão ser cada vez mais freqüentes e que elas representam um grande avanço no tratamento de uma série de doenças, em especial as ginecológicas:

– Agora, vamos poder operar casos mais complexos que muitas vezes não podiam ser resolvidos cirurgicamente com a laparoscopia comum. Casos mais complicados de endometriose, de tumores cervicais, histerectomias e a remoção de miomas e cistos agora serão resolvidos cirurgicamente de forma menos arriscada – completa Advincula.


Benefícios para o paciente

O ginecologista Mauricio Abrão, presidente da Sociedade Brasileira de Endometriose e um dos primeiros médicos a utilizar a tecnologia robótica em suas pacientes, garante que a novidade vai trazer muitos benefícios. Além de um menor sangramento e, em alguns casos, um menor número de incisões, a recuperação também costuma ser mais rápida.

– Estamos realizando cirurgias em casos mais complicados, assim como em áreas do corpo onde evitávamos a intervenção cirúrgica por causa do número elevado de nervos. A precisão das cirurgias robóticas é infinitamente maior. Porém, as pacientes não devem ficar alarmadas, achando que o robô pode esfriar as relações entre médicos e pacientes. Nós, no Brasil, somos privilegiados neste quesito e acho que a situação vai continuar assim – avalia o médico.

Por enquanto, existem apenas dois robôs no Brasil, um no hospital Sírio Libanês e outro no hospital Albert Einstein, ambos em São Paulo. Nos Estados Unidos, 500 robôs já estão sendo utilizados por centros médicos de todo o país. Além das cirurgias ginecológicas, a laparoscopia robótica pode ser utilizada na retirada de tumores diversos, entre eles o de próstata.

– Como toda nova tecnologia, a cirurgia robótica ainda é 30% mais cara do que a comum e não é integralmente coberta pelos planos de saúde, mas acredito que isto seja questão de tempo – completa Mauricio Abrão.

Fonte: Zero Hora


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