Banco de Pele da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre ganha o nome de seu criador, o cirurgião Roberto Chem.

Um ano após o desaparecimento do voo 447 da Air France, a memória do médico Roberto Corrêa Chem é imortalizada em um dos locais que mais o enchiam de orgulho.


O cirurgião plástico, era chefe do Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, onde também idealizou o Banco de Tecidos Humanos, único em funcionamento no país. Na quarta-feira, 26 de maio, uma emocionante solenidade batizou com seu nome o local, agora oficialmente Banco de Tecidos Humanos Dr. Roberto Corrêa Chem.


Médico há mais de três décadas, Chem tinha 66 anos quando sofreu o acidente. Em maio de 2009, viajava para comemorar a recente aprovação como professor-titular de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, título máximo na vida acadêmica de um docente. No dia a dia, tanto em família quanto no trabalho, era descrito como um homem tranquilo e doce. Mestre querido por alunos e colegas, frequentemente era eleito paraninfo e professor homenageado em cerimônias de formatura.

Chem deixou os filhos Eduardo, 39 anos, filho e colega de especialidade médica, e Carolina, 31 anos, psicóloga. O primogênito assumiu como diretor médico do banco logo depois da tragédia. Um legado passado de pai para filho.
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Inaugurado em junho de 2005, o banco é uma parceria entre a Fundação Gaúcha de Bancos Sociais do Sistema Fiergs, Refinaria Alberto Pasqualini – Refap e a Santa Casa. Seu objetivo é coletar e fornecer pele humana para transplante, principalmente em casos de queimaduras graves.


Eduardo ressalta que o maior entrave hoje é a falta de doadores. No ano passado, de 139 doadores de múltiplos órgão no Estado, só 12 autorizaram a doação de pele. A expectativa é dobrar esse número em 2010.

Roberto Chem


Como funciona

> O Banco de Tecidos Humanos Dr. Roberto Corrêa Chem, no Hospital Dom Vicente Scherer da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, é capaz de captar, processar, preservar e disponibilizar lâminas de pele para pessoas que sofrem acidentes, como queimaduras extensas e profundas, ou lesões graves em que haja extensa perda cutânea.



> Ao ser transplantada, a pele funciona como um curativo biológico. É utilizada em substituição temporária aos tecidos carbonizados e mortos que foram retirados, o que melhora o quadro clínico. O tecido doado, com o tempo, é rejeitado naturalmente pelo corpo. Depois, torna-se possível fechar as lesões com um enxerto de pele retirada do próprio paciente.


> Único fornecedor, em funcionamento, de tecidos dos centros de tratamento de queimados de todo o país, o banco precisa que se aumente o número de doações de pele, processo que esbarra na falta de informação da população.


> Em casos de óbito, um profissional entrevista os familiares para saber se há interesse em doar os órgãos. É nesse momento que se deve manifestar a vontade de fazer também a doação de pele.


> A pele é retirada da região do abdômen, das costas e das coxas. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o procedimento não provoca deformidades aparentes no corpo, pois a camada retirada é muito fina. Só não podem doar os portadores de doenças infectocontagiosas.


> Informações: (51) 3213-7172.

Fonte Zero Hora - Leia  reportagem completa

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