Livro "Transtorno Mental e Perda da Liberdade" para download
O livro lançado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) abre espaço para debates sobre a questão das internações
involuntárias e compulsórias de pacientes com transtornos mentais e dependência
química. Polêmica, essa política de internações não consentidas ganhou
notoriedade após as intervenções na chamada Cracolândia pelo poder público
paulista, a partir de janeiro de 2012, mas há anos a questão é debatida pelos
profissionais de saúde.
A polêmica e as incertezas em torno das condutas e do
regramento aplicados à perda de liberdade no contexto do transtorno mental
ilustram a gravidade de um tema que se arrasta por séculos. Os desafios e
dúvidas não diminuíram, mas a ferida ficou mais exposta. Hoje, ela pode
ser vista nas ruas, na figura de esquálidos dependentes de crack enrolados
em cobertores. E
ganhou espaço nobre na mídia, onde especialistas, gestores e políticos não
chegam a um consenso.
A questão, agora centrada nas internações involuntárias e
compulsórias de dependentes de crack – maiores e menores de idade, também nos
remete ao recolhimento de pacientes com transtornos mentais sem o devido
diagnóstico e acompanhamento. Sem esquecer o abandono a que são relegados
os cerca de 12% da população carcerária do país que sofrem com problemas
mentais graves e que não contam com assistência mínima.
Renato Azevedo Júnior
Presidente do Cremesp
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